sexta-feira, 21 de maio de 2010

O amor busca quem não o procura


O frio na espinha

Em uma tarde que não era de segunda-feira, eu vi: o Modo 4, a Razão 7, o Esquema B, o Fator X. Então compreendi. A vida é um Plano de Mil Vezes Sem Juros, primeira só em dezembro. Você dá a entrada e depois vê como é que fica. Um dia, acontece – você dobra a esquina e encontra o Ser que te dá um frio na espinha. E a estória segue por ela mesma. Sinos bimbalham, os amigos lhe dão parabéns. Mas lembre-se: bons sentimentos não fazem obrigatoriamente um casamento de qualidade. Aparência não implica substância. Um casamento de qualidade tem que ter, por dentro, uma grande viga, uma espécie de coluna vertical que sustenta tudo. A amizade. Muitos dizem que a amizade é superior ao amor, e como refutar isso? A consistência estável da amizade é mais duradoura, são dois que querem continua a ser dois, e não um. Dois não podem ser um, essa fórmula é irreal. Somente digo: case-se com uma pessoa com quem você goste de conversar. Palavras fazem diferença.

Sim não talvez quem sabe. Existem caminhos em todas as direções. Eu moraria em Paris se lá não chovesse tanto – mas acontece que estou aqui. É provisório, claro. Todos vivemos dentro da Grande Roda – girando a grana, analisando os fatos, prevendo as coisas, supondo o que poderia ser, imaginando o que nunca seria, saindo do verão para o outono, de fernandohenrique para lula, de rosinha para cabral, de cesarmaia para o desconhecido. Eis a vida. Passando de uma estação para outra, saltando de um trem e entrando em outro. E o grande deus Pã nos olhando em silêncio, dentro da noite veloz. As melhores noites são aquelas que passam depressa. Assim é com tudo. Mas agora a manhã chegou na janela, e eu vou indo. Time to go. Mas lembre-se: eu voltarei

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